20 de abril de 2010

Tipografia.

Experimentem sair de casa, nem que seja por cinco minutos. Conseguem contar o número de letras que se cruzam convosco ao longo do caminho? (Podem contar palavras, se for mais fácil...)


Então, quantas foram? Dezenas? Centenas?


Pois é, numa simples rua ou avenida encontramos imensas letras... palavras por toda a parte. Nos cartazes, nos panfletos que nos deixam no vidro do carro, nas montras das lojas e cafés, etc... Lemos algumas das frases que se vão cruzando connosco, noutras nem reparamos. No final de um dia, eventualmente, conseguimos reproduzir uma ou duas que nos despertaram a atenção de uma forma mais especial, isto porque algumas delas comunicaram visualmente melhor connosco do que outras.

Algumas palavras estavam escritas com um tipo de letra diferente, tinham uma cor atractiva que se encaixava num contexto específico e nos fez decifrar a mensagem de um modo mais agradável, ao ponto de ainda nos conseguirmos lembrar dela no final do dia.

Assim é o mundo da tipografia.

Conseguir no meio de tantas letras, palavras, frases... no meio de tantas línguas, transmitir uma determinada imagem, um determinado conceito ainda que a mensagem a passar seja extremamente simples.

Se alguém na rua nos entregasse um panfleto com letras cor-de-rosa e demasiado estilizadas e nos dissesse que se tratava da abertura de um novo espaço de videojogos, daqueles onde podemos, em rede, disparar contra um ecrã de computador, talvez achássemos um pouco estranho, um pouco duvidoso... no mínimo fora do contexto.

E se este panfleto fosse entregue no dia da abertura de um novo cabeleireiro exclusivo para mulheres? Já fazia mais sentido, ainda que a mensagem escrita, e só escrita, fosse a mesma: "Aberto das 9h às 19h. Encerramos aos Domingos e Feriados".


É fácil perceber que a tipografia pode ser uma ferramenta bastante útil na realização de certos objectivos, permitindo comunicar uma determinada ideia através do modo como se conjugam letras e palavras, no fundo, através do modo como se brinca com a linguagem.

Etimologicamente, tipografia deriva do grego typos (forma) e graphein (escrita), e, deste modo, pode ser definida como a criação de arte através da composição de texto.

No âmbito do design, a tipografia é um mundo extremamente criativo, que nos permite dar largas à imaginação e representar o mesmo conceito, a mesma imagem mental de um milhão de maneiras diferentes.

Muitas vezes, a tipografia permite-nos "ver" antes de "ler", e, por vezes, dependendo do objectivo de cada um, nem é preciso ler nada, o importante é ver, comunicar visualmente uma determinada ideia que, por acaso, é composta por letras.

De um ponto de vista mais formal, ou académico, é importante referir que os tipos constituem a principal ferramenta de comunicação da tipografia e são, de um modo simplificado, as famílias de letras como Verdana, Arial, etc..

As diferentes alternativas dos tipos permitem revestir o documento de uma determinada expressão, de modo a transmitir instantaneamente e de forma não-verbal uma certa imagem.

Ao elaborarmos um trabalho tipográfico, é necessário ter em conta diversos factores como a escolha adequada de fontes, a composição (layout)do texto, o tom do próprio texto e sua relação com os elementos gráficos da página.

É a combinação destes factores que atribui à tipografia uma determinada atmosfera adequada ao conteúdo abordado.

Classificação das fontes

As fontes tipográficas classificam-se em quatro grupos:

  • serifadas –são mais rebuscadas

  • não-serifadas –são mais simples, mais parecidas com os alfabetos originais

  • cursivas –pela sua inclinação e traço, parecem manuscritas

  • fontes dingbats – consistem em símbolos




Elementos das fontes


Todas as fontes tipográficas são constituídas pelos seguintes elementos:

(Em parêntesis, segue a sua designação em inglês, que mais vezes consta na bibliografia).

  • Linha de Base (baseline)

  • Linha Central (meanline ou midline)
  • Ascendente (ascender)

  • Descendente (descender)

  • Letra Caixa Alta (upper-case)

  • Letra Caixa-baixa (lower-case)

  • Altura de x (x-height)

  • Cabeça ou Ápice (apex)

  • Serifa (serif)

  • Barriga ou Pança (bowl)

  • Haste ou Fuste (stem)

  • Montante ou Trave (diagonal stroke)

  • Base ou Pé (foot)

  • Barra (bar)

  • Bojo (counter)

  • Etc



Alinhamento

No que respeita ao alinhamento, existem cinco formas básicas de organizar as linhas de composição numa página:


1) Justificada: todas as linhas têm o mesmo comprimento e são alinhadas tanto à esquerda quanto à direita.

2) Não-justificada à direita: as linhas têm diferentes comprimentos e são todas alinhadas à esquerda e irregulares a direita.

3) Não-justificada à esquerda: as linhas têm diferentes comprimentos e são alinhadas à direita e irregulares à esquerda.

4) Centralizada: as linhas têm tamanho desigual, com ambos os lados irregulares.

5) Assimétrica: um arranjo sem padrão previsível na colocação das linhas.


Aqui ficam alguns exemplos de trabalhos tipográficos (alguns dos quais serviram de inspiração à elaboração da proposta de trabalho), onde é perceptível a “magia” que se pode criar só com letras. Nuns lê-se, noutros nem por isso. Mas todos comunicam.


















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